Estava conversando com um colega de trabalho recentemente, da falta do contato físico com algumas coisas, que em alguns anos troquei por "coisas digitais".
Vou explicar melhor:
Eu há algum tempo, era assinante da revista Superinteressante, mas depois que a grana apertou, não renovei a assinatura e passei a ler pela internet. Com os cds, foi a mesma coisa, com os preços lá em cima, a única alternativa era baixar(e ainda é) da internet. Filme nem se fala, antigamente eu locava um filminho legal, assistia, e depois de um ou dois dias no máximo, tinha que devover.
A coisa vai tomando uma proporção tão grande, que você acha que tudo pode ser baixado e nada mais pode ser comprado ou locado. Quando eu falo tudo, me refiro a música, filme, jogos, apostilas, livros, revistas, programas, enfim, tudo que eu preciso em matéria de conteúdo, pode ser digital e está disponível pra todo mundo que tenha pelo menos uma internet discada.
Algumas facilidades levo em consideração quando o assunto é conteúdo digital. Tome o exemplo: Lá na faculdade, tem um computador na sala de aula que serve para o projetor, que é fixo, e pelo menos 10% dos meus colegas tem notebook e pelo menos 100% tem pendrive e na sala pega internet sem fio disponibilizada pela própria faculdade, então imagine o seguinte: um professor indica um livro, qualquer gaiato pega o notebook, vai no www.4shared.com, procura o livro, acha, baixa e diz: "ae galera o livro tá aqui na minha máquina, quem quiser pode pegar, traz o pendrive". Em poucos minutos, todos os alunos já tem o livro, não pagou nada, não precisa devolver com cinco dias e não pesa nada (em kilos, só em alguns bytes).
Uma outra facilidade interessante, é o mp3. Pense numa festa, e um CD recheado de músicas no formato compacto, uma maravilha, aproximadamente 250 músicas e o fato de se poder ouvir em qualquer mp3playerzinho que você ganhou de anversário da loja de 1,99.
São esses fatos que me levam a creditar que o contúdo digital é uma mão na roda, mas ao mesmo tempo, pode nos deixar viciados, e o contato físico passa a não existir. Estava justamente conversando com um colega de trabalho, sobre a falta que me faz folhear uma revista, ver as gravuras, o trabaho artístico da coisa, levar a revista para casa de um amigo, coisas desse tipo. Se você pegar hoje uma "Superinteressante" ou "Aventuras na História", perceba que os desenhos são fantásticos, ilustrações que dão vida a matéria, coisa que na internet ainda é um pouco complicado.
Outro exemplo, é encarte de CD, assim que eu comprava um CD, logo depois de colocar no som, começava a ver o encarte, ver as letras, quem compôs, quem tocou, quem participou, as ilustrações cada vez mais atrativas e bonitas.
Um ponto importante que percebi, foi nas apostilas que baixo. Digo que 90% não me serviram, ficam no HD só ocupando espaço. Vi que essas apostilas, além de não serem confiáveis, não trazem uma didática interessante, confesso que algumas até trazem, mas a maioria não, então estou tomando o hábito de fuçar livros ao invés do Google, que tem todo um acompanhamento de editores, os caras se preocupam com o bom português, com a didática da coisa, tem uma equipe toda envolvida.
E então, com toda essa tecnologia, confesso que há algum tempo, venho retomando esse costume de ter "também" a coisa física, e não apenas arquivos txt, doc, pdf, mp3, avi. gravados no pendrive. Revistas quando tempo eu tiver, voltarão a fazer parte da minha casa como "objeto" de consulta.
30 setembro, 2008
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