30 setembro, 2008

Conteúdo digital, a falta do contato físico

Estava conversando com um colega de trabalho recentemente, da falta do contato físico com algumas coisas, que em alguns anos troquei por "coisas digitais".

Vou explicar melhor:
Eu há algum tempo, era assinante da revista Superinteressante, mas depois que a grana apertou, não renovei a assinatura e passei a ler pela internet. Com os cds, foi a mesma coisa, com os preços lá em cima, a única alternativa era baixar(e ainda é) da internet. Filme nem se fala, antigamente eu locava um filminho legal, assistia, e depois de um ou dois dias no máximo, tinha que devover.

A coisa vai tomando uma proporção tão grande, que você acha que tudo pode ser baixado e nada mais pode ser comprado ou locado. Quando eu falo tudo, me refiro a música, filme, jogos, apostilas, livros, revistas, programas, enfim, tudo que eu preciso em matéria de conteúdo, pode ser digital e está disponível pra todo mundo que tenha pelo menos uma internet discada.

Algumas facilidades levo em consideração quando o assunto é conteúdo digital. Tome o exemplo: Lá na faculdade, tem um computador na sala de aula que serve para o projetor, que é fixo, e pelo menos 10% dos meus colegas tem notebook e pelo menos 100% tem pendrive e na sala pega internet sem fio disponibilizada pela própria faculdade, então imagine o seguinte: um professor indica um livro, qualquer gaiato pega o notebook, vai no www.4shared.com, procura o livro, acha, baixa e diz: "ae galera o livro tá aqui na minha máquina, quem quiser pode pegar, traz o pendrive". Em poucos minutos, todos os alunos já tem o livro, não pagou nada, não precisa devolver com cinco dias e não pesa nada (em kilos, só em alguns bytes).

Uma outra facilidade interessante, é o mp3. Pense numa festa, e um CD recheado de músicas no formato compacto, uma maravilha, aproximadamente 250 músicas e o fato de se poder ouvir em qualquer mp3playerzinho que você ganhou de anversário da loja de 1,99.

São esses fatos que me levam a creditar que o contúdo digital é uma mão na roda, mas ao mesmo tempo, pode nos deixar viciados, e o contato físico passa a não existir. Estava justamente conversando com um colega de trabalho, sobre a falta que me faz folhear uma revista, ver as gravuras, o trabaho artístico da coisa, levar a revista para casa de um amigo, coisas desse tipo. Se você pegar hoje uma "Superinteressante" ou "Aventuras na História", perceba que os desenhos são fantásticos, ilustrações que dão vida a matéria, coisa que na internet ainda é um pouco complicado.

Outro exemplo, é encarte de CD, assim que eu comprava um CD, logo depois de colocar no som, começava a ver o encarte, ver as letras, quem compôs, quem tocou, quem participou, as ilustrações cada vez mais atrativas e bonitas.

Um ponto importante que percebi, foi nas apostilas que baixo. Digo que 90% não me serviram, ficam no HD só ocupando espaço. Vi que essas apostilas, além de não serem confiáveis, não trazem uma didática interessante, confesso que algumas até trazem, mas a maioria não, então estou tomando o hábito de fuçar livros ao invés do Google, que tem todo um acompanhamento de editores, os caras se preocupam com o bom português, com a didática da coisa, tem uma equipe toda envolvida.

E então, com toda essa tecnologia, confesso que há algum tempo, venho retomando esse costume de ter "também" a coisa física, e não apenas arquivos txt, doc, pdf, mp3, avi. gravados no pendrive. Revistas quando tempo eu tiver, voltarão a fazer parte da minha casa como "objeto" de consulta.

Nenhum comentário: